quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

SONETO À AMIZADE

Sendo tradicional, nos Açores, festejarem-se as quatro quintas- feiras que antecedem o Carnaval, dedicando-as por esta ordem, aos amigos, às amigas, aos compadres e às comadres, sendo, portanto, amanhã, dia de amigas, aqui vai este  pobre soneto que dedico a todas as minhas amigas açorianas e não só...
Um beijinho amigo da Clara
 AMIZADE:

Amizade é desprendimento
Sério, duradoiro,verdadeiro,
Amizade é virtude, é arte é sentimento
Desmedido, bondoso, desinteresseiro ...

Ter uma amizade como esta
Uma afeição de tal grandeza;
É ter o coração em festa,
É ser feliz, de certeza!

Eu quero viver tal amizade
Sentir o calor destes valores
Que me trarão felicidade...

Uma felicidade sem servidão,
Repleta de sons, cheiros e cores
Silêncios, desculpas, verdade e perdão!!!  

Dia de Amigas,
2 de Fevereiro de 2012
Clara Faria da Rosa



Visita à Casa Museu Amália Rodrigues / O que não volta atrás


Sempre ouvi dizer que há quatro coisas que não voltam atrás:
-A pedra depois de solta pela mão ;
-A palavra depois de proferida;
-A ocasião depois de perdida;
-O tempo depois de passado;
Parecem verdades muito óbvias mas que reflectem muito e profundo saber e que muitas vezes são esquecidas fazendo-nos passar por verdadeiros desaires e dissabores e tornando os que estão à nossa volta infelizes.
Tinha-as registado no meu cadernino de notas, por as achar pérolas de sabedoria, mas a verdade é que muitas vezes abro mão de alguma pedrada, sem saber onde vai parar, abro a boca quando devia estar bem fechada e desperdiço ocasiões e tempo  preciosos, esquecendo-me destas verdades. O que só agora descobri foi que foram da autoria de um italiano que viveu no século XVI chamado Horácio Riminaldo.
Mas adiante...
 Estive uns dias em Lisboa e aproveitando a ocasião, não querendo contrariar o senhor H. Riminaldo, participei numa actividade organizada pela junta de freguesia de Mina que é uma das freguesias do município da Amadora e fui visitar a casa de Amália.
À hora combinada, 9horas do dia 17 do passado mês, lá me dirigi ao jardim Zeca Afonso onde estava o autocarro à espera dos inscritos e após breve viagem lá passamos pelo palácio de São Bento e percorremos a rua com o mesmo nome, parando junto à casa da fadista.
Como ainda era cedo, esperamos um pouco, aproveitando para apreciar a rua e várias lojas de antiguidades que abundam por ali.
O grupo era grande, pelo que a visita se fez por duas vezes, mas valeu a espera, para  apreciar a casa onde viveu a grande diva do fado que foi transformada em museu, após a sua morte, no ano de  1999.
Nesse espaço pudemos conhecer, apreciar e observar o ambiente que foi palco de uma grande vida  e os objectos que lhe serviram de adereços; São cerca de 30.000 peças expostas nas várias salas.
Uma referência especial, para a sala de estar da falecida fadista, onde se podem apreciar uma valiosa guitarra do SÉC. XIX, retratos, gravações, medalhas e condecorações que ajudam a perceber a história desta grande mulher!
A sala de jantar tem a mesa posta com cristais, porcelanas e pratas para um grande banquete e no quarto de dormir estão expostos objectos pessoais da artista, como perfumes, vestidos, sapatos, xailes e jóias.
Tudo isto dá para pensar que quando se é grande essa grandeza transcende a morte!
Uma visita muito proveitosa que quero aqui registar para inspirar a que se tiveres oportunidade a aproveites e visites este espaço que considero histórico e para que esta ocasião e este tempo não se percam na minha memória...